Auschwitz foi um campo de concentração da Alemanha Nazi. É assim que muitos polacos relembram àqueles que visitam, não deixando esquecer aquele que foi um dos capítulos mais negros da História mundial.
Estima-se que um total de 1,3 milhões de pessoas tenha morrido nos campos que faziam parte do complexo de KL Auschwitz na Polónia.

Nazismo e início da II Guerra Mundial
A tomada de poder do partido Nazista (NSDAP) na Alemanha em 1933, por Adolf Hitler marcou o início de um dos períodos mais negros da História Mundial.
A doutrina defendida pelo nazismo, que é uma forma de fascismo, não acredita num sistema democrático. O nacionalismo extremista foi fortemente influenciado pela derrota da Alemanha no final da I Guerra Mundial. Este tinha como objetivo fazer frente a outras ideologias políticas.
O nazismo defendia uma segregação racial, sendo que alemães (denominados raça ariana) seriam os superiores, promovendo a união entre si e excluindo os outros povos estrangeiros.
A ideologia assente numa doutrina de expulsão de seres considerados inferiores pelos Nazis. Este movimento, levou a que muitos fossem perseguidos, não apenas na Alemanha mas nos países e regiões sucessivamente anexadas.

Ciganos, homossexuais, judeus e até alguns presos de vários países europeus como Hungria, Roménia e até Polónia, foram enviados para campos de concentração. Aqui eram sujeitos a trabalhos forçados sob condições desumanas. Muitos acabariam por perecer ou em ato de desespero, procurar o suicídio.
A invasão da Polónia pela Alemanha a 1 de setembro de 1939 é considerada o ponto inicial da II Guerra Mundial. Esta guerra opôs vários países e nações do lado dos Aliados ( União Soviética, Estados Unidos, Reino Unido, China, entre outros) contra os países do Eixo (Japão, Alemanha e Itália até 1943).
Porquê Auschwitz?
A localização geográfica desta pequena cidade, no meio de países anexados aliado à rede de comboios já existente na zona, tornou Oświęcim no local ideal para concretizar os planos Nazi.
Auschwitz II-Birkenau

Este campo de concentração surgiu depois do primeiro, Auschwitz I que falo mais à frente e surgiu para albergar várias categorias de prisioneiros e funcionar como campo de extermínio.
De acordo com o confirmado no julgamento de Nurenberga, Himmler deu ordens para este funcionar para a “solução final do problema judeu”, a exterminação de judeus como povo.

Ainda é possível ainda visitar alguns barracões onde é notória a ausência de qualquer conforto e onde não é difícil imaginar a dureza do dia a dia. Muitos foram destruídos, devido em parte à tentativa falhada de nazis eliminar provas dos seus crimes (incluindo de um armazém de pertences pessoais dos prisioneiros). É possível pelas inúmeras placas e inscrições ter ideia onde e em que circunstâncias ocorreram algumas das situações durante este período negro.

De entre todos, o que mais me marcou foram locais onde mulheres e crianças eram sujeitas a várias experiências médicas, culminando no seu sofrimento e morte.


Auschwitz I
Aqui é onde se encontra a famosa (e irónica!) inscrição Arbeit Macht Frei – que significa o trabalho liberta. É aqui onde se encontra o museu do Holocausto, onde se inclui vários pertences dos prisioneiros e fotografias que ajudam a entender um pouco melhor do que aqui se passou.
Um facto curioso, é o “B” na inscrição estar invertido. Este é visto como um símbolo de resistência . Mesmo com todas as adversidades e dureza do dia a dia, os “prisioneiros” tiveram a audácia de desafiar com este detalhe que passou despercebido durante vários anos.


Em Auschwitz I é o campo principal do complexo de Auschwitz e foi o primeiro a ser fundado na cidade de Oświęcim. A construção começou em 1940 e os primeiros prisioneiros vieram de Sachsenhausen, na Alemanha, seguindo-se prisioneiros políticos polacos que vieram de Lodz e estavam no campo de concentração de Dachau e de Tarnów.
Os blocos 10 e 11, assim como a parede entre os mesmos, acabam por ser os locais de destaque deste local.
Num desses locos, o bloco 10 era onde eram feitas várias experiências médicas muitas sob a supervisão de Dr. Josef Mengele, conhecido por “Anjo da Morte”. Muitas dessas experiências consistiam em esterilizações forçadas e experiencias de hipotermia em adultos, estendendo-se o terror a anões, bebés e gémeos.

O bloco 11 era conhecido como a prisão dentro da prisão. Aqui num género de bunker, haviam celas destinadas a punições mais severas. Apesar das adversidades, neste local era onde as punições eram ainda piores. Além das celas “normais”, existiam algumas “celas especiais” tais como as celas escuras ou celas em pé, com cerca de 1 metro de largura e muito pouca ventilação.

Entre os blocos 10 e 11 encontra-se aquele que é conhecido como o “Muro da Morte” uma reconstrução pós-guerra do muro de outrora onde muitos judeus foram executados.
No bloco 11 foi ainda onde foi feita a primeira experiência com uma câmara de gás improvisada, onde foram mortos 600 prisioneiros soviéticos e 150 polacos com o pesticida Zyklon B. Este acabou por ser o composto amplamente usado nas restantes câmaras de gás, um pesticida à base de cianeto e altamente letal.




Outros blocos de interesse a visitar:
- Bloco 4 – onde é possível ver as fotografias de vários prisioneiros e os cabelos, muitos deles usados como fio para tecido de camisolas, impressionante no mínimo!
- Bloco 5 – pertences pessoais dos prisioneiros, muitos deles imediatamente confiscados à chegada dos mesmos;
- Blocos 6 e 7 – retratam as condições dos prisioneiros e a vida diária;
- Bloco 16 e 17 – exposição Hungria
- Bloco 21 – exposição França
- Bloco 27 – situações especiais


Em muitos destes locais não é permitido fotografar, como sinal de respeito àqueles que aqui perderam a vida. No entanto, não deixa de ser brutal a imagem que fica, sobretudo dos cabelos e das celas “especiais”.

Em cada um destes blocos, além de reconstruções históricas existem também várias fotografias, não só dos prisioneiros (numa fase inicial eram fotografados) mas algumas que demonstram as atrocidades. Infográficos, números e mapas ajudam também a ter uma ideia da dimensão daquilo que foi a realidade.

Outras das imagens mais marcantes são da câmara de gás e crematório, como o de cima em Auschwitz I. No seu interior, duas

Como chegar? Como visitar?
Visitei estes locais aquando da estadia em Cracóvia, já que Oświęcim dista menos de 70km da cidade.O total de tempo de viagem acaba por ser cerca de 3 horas.
A marcação da visita, incluía o transfer desde um ponto de Cracóvia até ao local e o transporte entre Auschwitz e Auschwitz II-Brikenau. No entanto, há possibilidade de chegarem de comboio e autocarro.
Para mais info sobre a rede de transportes publicos recomendo a app Jakdojade (aqui tirava os bilhetes de autocarro e funciona muito bem na cidade).
A visita, marcamos já muito em cima e com pena não tinhamos guia já disponível. Ainda assim independentemente daquilo que prefiram, aconselho a marcarem com bastante antecedência no site oficial –visit.auschwitz.org para evitarem filas.
A duração de visita pode variar dependendo da hora marcada, no entanto, acho que será mais enriquecedora com o guia a acompanhar.
No meu caso marquei através do Get Your Guide* com a SuperCracow e correu tudo bem (neste caso não conseguimos ter guia durante toda a visita e foi necessário sair de madrugada, para garantir bilhetes do dia).

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